(Roberta Fioravante)
Abaixo copio na integra a explicação de mandalas do site http://www.dharmanet.com.br/
Mandala
A Dimensão do Despertar
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Durante as práticas de sadhanas, é comum a oferenda de mandalas aos buddhas. Neste caso, a mandala representa um universo puro, com o Monte na posição central e todos os continentes ao redor dele, repletos de oferendas, metais e jóias preciosas. A mandala é simbolizada por montes de cevada ou por um mudra específico. Ao final da sadhana, o mérito deste ato de generosidade é dedicado à iluminação de todos os seres.
A divindade central representa o estado da iluminação [...] e as várias partes do palácio indicam os aspectos chave da personalidade iluminada. As divindades iradas representam as próprias emoções negativas — como a raiva, o ódio, o desejo e a ignorância — transmutadas na consciência iluminada de um buddha.
(John Powers, Introduction to Tibetan Buddhism)
Na suprema experiência da mandala, as cores e formas são simples metáfora. Naturalmente, se percebermos uma paixão muito forte e intensa, podemos reproduzi-la em uma pintura com toda a variedade de chamas e ornamentos. É muito interessante que os praticantes do tantra na Índia tenham criado uma estrutura iconográfica com as divindades vestidas com trajes reais indianos, coroas e jóias, enquanto na China [e, conseqüentemente, na Coréia e no Japão,] os praticantes do tantra tenham representado as divindades vestindo as vestes imperiais chinesas, longas túnicas com brocados e grandes mangas, usando grandes bigodes, segurando cetros chineses. [...] Se estivermos aptos a ver as energias do universo como realmente são, então as formas, cores e padrões se sugerem; Esse é o significado do Mahamudra, que significa "grande símbolo". Todo o mundo é um símbolo, não no sentido de um sinal representando outra coisa, mas no sentido de culminância das vívidas qualidades das coisas como elas são.
(Chögyam Trungpa, The Mith of Freedom and the Way of Meditation)
As mandalas simbolizam iconograficamente as virtudes da iluminação. Em um esquema tradicional, os cinco dhyani-buddhas são representados: Vairochana no centro, Amoghasiddhi na direita (norte), Ratnasambhava na esquerda (sul), Akshobhya embaixo (leste) e Amitabha em cima (oeste). Estas posições também foram utilizadas, por exemplo, na construção da stupa de Borobudur (Indonésia), mas podem variar de acordo com a divindade representada. Outros significados mais profundos sobre as mandalas devem ser ensinados apenas por professores qualificados da tradição Vajrayana.
[A] mandala representa a auto-identificação do microcosmo (a pessoa humana) com o macrocosmo que, para uma pessoa não-iluminada, possui a natureza do samsara; reciprocamente, ela se revela como a expressão perfeita da iluminação quando todas as diferenciações errôneas desaparecem no estado iluminado da não-dualidade.
Um exemplo de mandala
Os ensinamentos foram levados ao Tibet no século XI, em duas linhagens separadas (Dro e Rva), unidas posteriormente pelo monge Butön Rinchen Drup. Um de seus discípulos, Chökyi Pel, transmitiu os ensinamentos de Kalachakra ao lama Je Tsong Khapa e, eventualmente, a linhagem chegou ao sétimo Dalai Lama. Ele introduziu os ensinamentos em seu monastério pessoal, o Namgyel, e essa transmissão continua até hoje, com o Dalai Lama atual.
Mandala do grande êxtase, com um lótus que abriga três casais de divindades (Kalachakra e Vishvamata, Akshobhya e Prajnaparamita, Vajrasattva e Vajradhatvishvari), circundados por oito shaktis
- Mandala da sabedoria iluminada
- Mandala da mente iluminada
- Mandala da fala iluminada
- Mandala do corpo iluminado
- Animais que representam os meses do ano
- Meio-vajras com meias-luas, cada uma delas adornada com uma jóia vermelha
- Formas geométricas que representam os seis elementos, ou seja, os cinco elementos físicos (fogo, água, terra, ar, espaço) e o elemento da sabedoria (consciência)
- Trinta e seis deusas de oferendas, representadas por sílabas-semente em sânscrito
- Vajras duplos que correspondem aos quatro pontos cardeais
- Guirlandas e meias-guirlandas de pérolas brancas, circundadas pelos oito símbolos auspiciosos
- Goteiras que liberam a água da chuva que cai sobre o teto do palácio
- Meio-lótus que simboliza a proteção contra as emoções aflitivas
- Sete animais puxando uma carroça, levando duas divindades protetoras
- Portão da mandala do corpo iluminado
- Jardim de oferendas
- Círculo do elemento terra com cruzes entrelaçadas, representando a firmeza
- Círculo do elemento água com ondas
- Senge Kanga Gyepa, um leão de oito patas, puxando uma carroça com duas divindades protetoras iradas
- Círculo do elemento fogo
- Círculo do elemento ar
- Roda do Dharma, com um par de divindades protetoras no centro
- Sílabas-semente em sânscrito
- O círculo do elemento espaço com uma cerca de vajras dourados cruzados
- Círculo do elemento da sabedoria (o grande círculo da proteção)
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